Com mais de 12 milhões de downloads, software livre Brlix é lançado na Latinoware
A V Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware) também é lugar de lançamento de produtos. No espaço para exposições, foi lançado o Brlix, um software livre 100% brasileiro, criado por professores e alunos da Faculdade Metropolitana de Guaramirim (Fameg), de Santa Catarina. A Latinoware é uma iniciativa da Itaipu Binacional em conjunto com Fundação PTI, Companhia de Informática do Paraná (Celepar) e Serviço Nacional de Processamento de Dados (Serpro).
Há cinco anos, quando o alemão radicado no Brasil David Emmerich Jourdain assumiu o curso de Tecnologia em Redes de Computadores da Fameg, se viu diante de um problema: ninguém sabia o que era software livre. Adepto destes sistemas operacionais que têm o código fonte liberado (ou seja, possível de ser copiado e alterado pelos usuários), David teve que criar o próprio software para ensinar os alunos.
Nascia o Famelix, um software livre que já é campeão de downloads. Segundo o site Código Livre.org, são mais de 12,5 milhões de downloads, ou mais que o dobro de todos os outros softwares somados. Cinco anos depois, o Brlix surge com essa herança e responsabilidade.
“Fundamos o Brlix porque o Famelix estava muito ligado à universidade e não conseguíamos atender as demandas do mercado”, explicou David. Em 2008, ele e outros três alunos do curso criaram a empresa Epidemus (“epidemia”, em latim) para dar conta das demandas de um software que se expande cada vez mais – como sugere o nome da empresa. A Epidemus se abre para o mercado, mas pesquisas continuam na universidade, garante David.
Barra azul e botão verde
David que as lojas das Casas Bahia, no Ceará, começaram a instalar o software livre nos computadores que vendiam. “Eles nos ligaram pedindo informações, não sabíamos que o alcance era tão grande”. Já há contatos de outras empresas como a Nokia, para desenvolver sistemas para celulares, e o Grupo Positivo, para instalar o software em seus computadores e laptops.
O sucesso do Brlix é explicado por uma lógica que David aprendeu quando entrou na Fameg: o usuário vai aderir ao software livre por convencimento, não forçado. Segundo ele, 90% dos usuários do mundo todo estão acostumados com o padrão Windows. “Não dá para competir, tem que se adaptar”. O Famelix nasceu com a mesma interface do sistema operacional da Microsoft.
“Se eles querem a barra azul, o botão verde, a terra dos Teletubies, a gente dá tudo isso”. Com a mesma “cara” do Windows, o Famelix quebrou a resistência por software livre. Nas versões atuais do Brlix, o sistema “imita” a interface e os recursos do Windows XP e do Windows Vista. Igualzinho, só que de graça.
(Itaipu Binacional)