Em ambiente de crise, Intel lança chip revolucionário
A linha Intel Core i7 deve ser particularmente rápida para manipulação de fotos e vídeos
Lançamento da Intel é um dos mais importantes dos últimos anos
SÃO PAULO - A Intel apresenta, nesta segunda-feira, o primeiro membro de uma família de microprocessadores bastante aguardada - batizada de Nehalem e formalmente chamada de Intel Core i7. O chip chega ao mercado num momento em que o Vale do Silício parece rumar para a pior crise desde o colapso da bolha da Internet, em 2000.
Os PCs equipados com o Core i7 deverão ser particularmente rápidos para tarefas como manipulação de fotos e vídeos. Os avanços surgiram de questões competitivas que a Intel enfrentou quando começou a planejar o Nehalem, há cinco anos. A companhia precisava encontrar um chip para os sistemas servidores Opteron, da Advanced Micro Devices (AMD). Entre outras coisas, a AMD equipou os sistemas com um componente chamado controlador de memória, que a Intel colocou em um chip separado, o que retardava o processamento de dados nos chips de memória. O Pentium 4 da Intel também vinha enfrentando resistência por parte dos consumidores preocupados com seu consumo de energia.
Uma das novidades da tecnologia desenvolvida pela Intel é que o Nehalem pode desativar até três de seus motores de cálculo enquanto o quarto opera numa velocidade extraordinariamente elevada - poupando energia no período em que acelera algumas tarefas de computação. Para fazer isso, a companhia adotou uma abordagem incomum, instalando o software para administrar o armazenamento de energia num componente embutido chamado microcontrolador, conforme explica Glenn Hinton, designer que liderou o projeto na Intel. Geralmente, esse software fica num chip separado. O Nehalem também recebeu um controlador de memória, como o sistema Opteron da AMD, e três canais de comunicação de alta velocidade. Especialistas estimam que o novo chip mais do que duplicará a velocidade de processamento dos seus antecessores. As informações são da Dow Jones.
O lançamento, um dos mais importantes dos últimos anos, em mais um sinal de que o ciclo de desenvolvimento funciona em sentido contrário ao ciclo dos negócios nas companhias de alta tecnologia, segundo relata o The Wall Street Journal.
Na semana passada, a Intel reduziu sua previsão de faturamento no quarto trimestre em mais de US$ 1 bilhão - indicando um forte declínio no negócio desde meados de outubro - ao mesmo tempo em que outras companhias de tecnologia anunciavam grandes cortes de postos de trabalho. A Intel e seus clientes não estão recuando dos planos de usar o novo chip, a despeito dos sinais de que os clientes estão desistindo de comprar computadores e de que os fabricantes de hardware tentam reduzir os estoques de componentes. Uma lição que as empresas de tecnologia aprenderam com as crises do passado é que diminuir a inovação pode acabar adiando uma retomada. "Você se recupera de uma recessão com produtos de amanhã, não com os de hoje", diz Sean Maloney, vice-presidente executivo e diretor de vendas e marketing da Intel.
Algumas questões logísticas envolvidas no lançamento de um produto podem ser um pouco mais fáceis durante uma crise, acrescenta Maloney. Nesses períodos, há capacidade de produção suficiente para distribuir grandes suprimentos dos novos chips - diferentemente dos períodos em que as fábricas operam no limite para atender a demanda pelos produtos atuais.